Quer ir de bonde? Pois vá de Fiat!!!

Tem um enorme veículo Fiat circulando pelas ruas do Centro Antigo de Santos. Pintado de verde, sua cor original, pesa 24,5t, tem 13,8 m de comprimento, quatro motores e velocidade máxima de 45 km/h. Trafegando sobre trilhos, pode transportar 40 pessoas sentadas, tomando um delicioso cafezinho. Ele é bem diferente do Palio, Uno, Cinquecento (tem até o delicioso Abarth) que rodam pela cidade, incluindo os antigos 147, mas tem a mesma marca: Fiat.

É o Bonde Café, um modelo chamado camarão, fechado, que tem mesinhas internas para que os visitantes possam sorver tranquilamente seu café ou um cappuccino, ouvindo as informações da guia sobre os cantos históricos da cidade que abriga o maior e mais importante porto da América Latina. Isso, além de também abrigar a vila mais famosa do mundo, a Vila Belmiro, do glorioso Santos F.C.

O Bonde Café foi fabricado na década de 40 pelo braço ferroviário da Fiat, a MaterFer (Material Ferroviário) em Turim, e veio para Santos em 1958, doado pela prefeitura da cidade italiana, onde circulava usando o prefixo 3265.

Lembrem-se que naquele ano, da Suécia, Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos, Zito, Garrincha, Didi, Vavá, Pelé (o REI) e Zagalo, trouxeram a Jules Rimet pela primeira vez para o Brasil.

Marcos Rogério Nascimento, engenheiro responsável pelos bondes que circulam em Santos, conta que são vários os modelos que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mantém. É na oficina de restauro e conservação da cidade, que os veículos são preparados para passeios turísticos e onde é feita a manutenção daqueles expostos no Museu Vivo do Bonde. Alguns modelos foram usados por décadas no transporte público da cidade e outros vindos de fora, como da cidade do Porto, em Portugal, doados a Santos. O engenheiro informa que o Bonde Café, projeto do bonde Fiat, é derivado dos modelos PCCs americanos.

Informações técnicas

Marcos Rogério explica que o modelo da Fiat tem dois chassis e quatro motores, dois a mais que os modelos normais. Estes veículos, da série 300, rodaram na Itália até final da década de 90. Infelizmente, nossas autoridades municipais, erroneamente aposentaram os bondes em Santos em 1970. Hoje a cidade voltou aos bondes, sob a sigla VLT, mas com somente uma linha que liga Santos e São Vicente. Os bondes circulavam por toda a cidade, de norte a sul, leste a oeste e, também, serviam a São Vicente, pela praia e pelo centro. Coisas de político brasileiro sem visão de futuro. Ou por outra razão? Trólebus substituíram os bondes sem a capilaridade destes. Mas depois saíram de circulação quase que completamente (existe apenas uma linha deles em Santos), dando lugar aos poluentes, barulhentos e desconfortáveis ônibus a diesel.

O Bonde Café tem um original sistema de bloqueio de portas. O veículo não se move se alguma porta estiver aberta.

SERVIÇO

Quem desejar fazer um belo passeio de bonde pelo centro Histórico de Santos, deve ir até a Largo Marques de Monte Alegre, no Centro da Cidade, em frente à antiga estação de trens da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí (EFSJ), fundada em 1867, a primeira estrada de ferro de São Paulo. Ali, vizinha, a Igreja de Santo Antônio do Valongo, construída em 1640, uma linda construção que vale a pena ser conhecida. Uma história que se conta é que, o claustro que existia ao seu lado foi derrubado para a construção da estação e que a Igreja só não teve o mesmo destino, porque ninguém conseguiu arrancar a imagem de Santo Antônio do altar. Também ali, do outro lado da estação, está o Museu Pelé. Vale a pena ir a Santos para o passeio de bonde (R$ 7) e visitar o museu do Rei do Futebol (R$ 10 durante a semana e R$ 5 aos domingos). Guarde o ticket do passeio de bonde, que lhe dará direito a 50 % de desconto na passagem do funicular que o levará ao cume do monte Serrat, de onde se tem uma visão de 360° da Baixada Santista, porto, praias de Santos com alcance da visão ao Guarujá, Praia Grande e São Vicente.  Um belo passeio, que vale muito pela curiosidade de andar num modelo Fiat, inédito no Brasil.

Chicolelis

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